Ana e a Sobrinha: A Missão Impossível de Organizar a Casa

Era um sábado ensolarado e o clima estava perfeito para uma aventura. Ana, como sempre, estava cheia de energia e um pouco distraída, mas hoje o desafio era um tanto inusitado: cuidar de sua sobrinha Clara, de 5 anos, por algumas horas. E, como não poderia deixar de ser, as duas juntas sempre se metiam nas situações mais engraçadas e, bem, desorganizadas.

Clara chegou com um sorriso tão largo que mal conseguiu dizer “oi”. Ela já estava empolgada com a perspectiva de passar o dia com a tia, mas também sabia, em algum lugar do fundo do coração, que ela não ia ser a única a dar trabalho.

— “Tia, tia, o que a gente vai fazer hoje?” — Clara perguntou, com os olhinhos brilhando, enquanto pulava de um lado para o outro, incapaz de ficar parada mais do que dois segundos.

— “Bom, a gente precisa fazer algo muito importante.” — Ana disse, de uma maneira que tentava parecer séria, mas claramente não estava levando a missão tão a sério. — “Vamos… arrumar a casa! Vai ser uma missão de grande importância. Você e eu, juntas!”

Clara imediatamente arregalou os olhos, com a mesma animação de sempre, mas agora um pouco confusa.

— “Arrumar a casa? Vai ser tipo um jogo?” — ela perguntou, ainda cheia de energia.

Ana sorriu. “Exatamente, vamos fazer como se fosse um jogo, e temos que encontrar os brinquedos perdidos, organizar as coisas e… ehhh… colocar tudo em ordem. Mas de forma divertida, claro!”

E assim começou a missão impossível de “arrumar a casa”. As duas, armadas com sacos de lixo, vassouras e alguns brinquedos espalhados por todos os cantos, estavam prontas para transformar a casa de Ana em um ambiente mais organizado. Ou pelo menos tentar.

Primeiro, elas começaram pela sala. Ana se abaixou para pegar um brinquedo que estava debaixo do sofá, mas, claro, se distraiu com uma pilha de revistas que estavam em cima da mesa. Clara, por sua vez, estava ocupada com uma caixa de lápis de cor e começou a fazer desenhos no chão.

— “Clara, vamos focar! Temos que organizar tudo, lembra?” — Ana disse, com um sorriso meio culpado. A verdade é que ela também se distraía com facilidade, mas não podia deixar isso passar em branco.

— “Mas tia, eu estou organizando! Estou desenhando a casa, para depois a gente saber onde colocar as coisas!” — Clara respondeu, com a maior seriedade, como se tivesse uma lógica inquebrantável.

Ana gargalhou. “Você realmente tem um jeito único de organizar as coisas, minha filha. Vamos ver como isso vai funcionar!”

Em algum momento, as duas se separaram pela casa. Ana estava agora em uma missão de tentar juntar as roupas espalhadas no quarto, enquanto Clara decidia que seu lugar no mundo naquele momento era o banheiro. Ana ouviu o som de água e, ao correr até o local, encontrou Clara com o rosto coberto de espuma de sabão, como se tivesse dado um banho em si mesma… e no espelho.

— “Clara! O que você fez?” — Ana quase caiu na risada, mas tentou manter a calma.

— “Eu estava só… limpando o espelho!” — Clara disse, com um ar de inocente preocupação. “O espelho estava muito sujo e eu achei que ia ficar mais bonito assim.”

Ana não sabia se ria ou se colocava Clara de castigo por ter transformado o banheiro em uma zona de guerra. Mas, como sempre, acabou rindo e dizendo:

— “Tá bom, pode deixar. Só… não tente limpar mais nada sem pedir ajuda, tá? Vamos voltar para a nossa missão!”

Mas a missão não estava sendo nada fácil. Elas haviam se tornado as maiores especialistas em fazer bagunça enquanto tentavam organizar.

No final, depois de várias tentativas frustradas de arrumar as coisas, de muitas risadas e piadas que surgiam a cada cinco minutos, as duas se sentaram no meio da sala, com a casa ainda uma bagunça, mas com o sorriso no rosto. Na verdade, Ana percebeu que o que realmente importava não era a organização, mas o tempo que estavam passando juntas.

— “Clara, eu acho que a gente não conseguiu arrumar muita coisa…” — Ana disse, olhando ao redor.

— “Mas a gente se divertiu!” — Clara interrompeu, já começando a desenhar no sofá com o marcador. “E a gente fez a missão ser muito mais divertida que qualquer coisa!”

Ana olhou para o sofá e, embora os marcadores estivessem por todos os lados, ela sentiu uma alegria indescritível. Não importava se a casa estava ou não organizada, o que importava era a diversão, as risadas e o amor que as duas compartilhavam.

E, naquele momento, Ana teve uma ideia.

— “Sabe de uma coisa, Clara? Acho que essa casa precisa de mais missões assim, com mais risadas e mais bagunça. Vamos deixar a organização para amanhã, que tal?” — Ana disse, dando uma piscadinha.

Clara olhou para ela e sorriu, com o sorriso mais puro e sincero. “Sim, tia! Vamos fazer missões todo dia! E amanhã a gente pode organizar de novo! Mas, por favor, sem a espuma de sabão!”

Ana riu, se sentindo completamente encantada pela energia da sobrinha e pelo jeito que ela conseguia ver o mundo de uma forma tão leve e sem pressa.

— “Combinado! Missão de organização adiada para amanhã. Mas hoje… a gente vai continuar com as missões de risadas!”

E assim, as duas se perderam na sua própria bagunça, na sua própria diversão e no amor incondicional que existia entre elas. Porque, no final, tudo o que elas realmente precisavam era uma boa dose de risadas e uma boa companhia. E, naquele momento, elas tinham as duas.

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