Entre a Confusão e a Coragem: A Jornada de uma Mulher com TDAH no Início do Climatério!

Lá estava ela, mais uma vez acordando às 4 da manhã, com a cabeça a mil, pensando em mil coisas ao mesmo tempo, como sempre. Mas, dessa vez, algo estava diferente. O termômetro da sua disposição parecia desregulado: ao mesmo tempo em que sentia aquele calorzinho desconfortável, quase como se o sol tivesse decidido se apossar do seu corpo, tinha também aquele cansaço profundo, como se tivesse acabado de correr uma maratona sem nem saber o porquê. E as noites… as noites agora pareciam um palco de uma peça de teatro sem roteiro. Dormir era mais um desafio do que uma necessidade.

Com o passar das semanas, as pequenas mudanças começaram a se acumular. Lembranças que antes eram claras começaram a se confundir, como se seu cérebro estivesse tentando fazer malabares com informações que não estavam mais no lugar certo. E aquelas oscilações de humor… ora parecia a montanha-russa de um parque de diversões, ora era uma tempestade no meio do mar. O que estava acontecendo?

“Será que está tudo bem comigo?”, ela pensava, enquanto se olhava no espelho, tentando entender o que estava acontecendo com o seu corpo. Uma parte de sua mente queria acreditar que eram só os efeitos de um período de estresse. Afinal, quem não vive sobrecarregada, não é mesmo? Mas algo mais parecia estar em jogo, e ela sabia disso. Não era mais apenas a rotina agitada de sempre; eram sintomas novos, que estavam chegando de mansinho, mas deixando ela bem confusa.

Foi quando decidiu que já tinha chegado o momento de procurar ajuda. Não tinha mais como continuar adivinhando o que estava acontecendo com seu corpo e sua mente. Então, corajosamente, fez o que sempre fez de melhor: seguiu em frente, mesmo sem saber exatamente onde o caminho a levaria.

Na consulta médica, ela foi recebida com aquele sorriso acolhedor e tranquilo, o que já ajudou a aliviar um pouco a ansiedade que se acumulava dentro dela. “É normal se sentir assim?”, ela perguntou, tentando entender a dança de sensações que não parecia fazer sentido. A resposta veio com calma, mas também com a honestidade que ela tanto precisava ouvir: “Sim, esses sintomas são comuns nesse momento da vida da mulher, e você está começando uma nova fase. Vamos acompanhar juntos, passo a passo.”

E ali, naquele consultório, ela começou a entender que o que estava vivenciando não era uma tempestade isolada, mas parte de uma transição natural e desafiadora. Não, não se tratava apenas de uma fase de estresse ou de simplesmente estar “sobrecarregada”. O climatério tinha chegado com toda a sua intensidade, mas ela estava determinada a enfrentar tudo isso com coragem, sem deixar que o medo da confusão a paralisasse.

Agora, cada dia era uma nova descoberta. Acompanhamentos médicos, ajustes na alimentação, a prática de novos cuidados com o corpo, e até mesmo o desafio de aprender a ouvir melhor seu próprio corpo, que, de repente, parecia estar pedindo algo diferente do que ela estava acostumada. A jornada estava só começando, e ela sabia que teriam altos e baixos. Mas uma coisa estava clara em sua mente: ela não estava sozinha. Essa caminhada seria feita com o apoio de profissionais e, claro, com a força e a coragem que ela sempre teve para seguir em frente.

Com o tempo, ela começou a perceber que o climatério não era um vilão a ser temido, mas um processo natural que exigia atenção, paciência e um toque de leveza. Talvez o segredo fosse não se cobrar tanto, respeitar os sinais do corpo e, sempre que possível, rir das situações mais engraçadas, como aquele dia em que ela saiu de casa com um sapato de cada cor – tudo por conta da pressa e daquela mente que, em certos momentos, parece estar em mil lugares ao mesmo tempo.

Ao olhar para frente, ela sabia que esse era apenas o começo de um longo caminho de autoconhecimento e adaptação. Cada passo dado na direção de cuidar de si mesma e de buscar o equilíbrio era uma vitória, mesmo nos dias em que tudo parecia um grande quebra-cabeça desorganizado. “Vamos lá”, ela pensou consigo mesma. “Essa jornada pode até ser confusa, mas vai valer a pena. Eu sigo em frente com coragem e a certeza de que sempre tem algo de bom a ser descoberto pelo caminho.”

E assim, um dia de cada vez, ela continuava a escrever sua história. Uma história de superação, leveza e, por que não, muito humor. Porque, no fim das contas, é com coragem e um sorriso no rosto que as mulheres seguem conquistando novas etapas da vida, sempre com a força de quem sabe que o melhor ainda está por vir.

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